Integrar e divertir!
Projeto: Plure Arquitetura
Fotografia: Maíra Acayaba
Integração completa!
Este projeto nasce com o conceito de integração, de amplitude dos espaços comuns, onde todos os convidados estejam sempre juntos, seja fazendo algo na cozinha – preparada para receber muitas pessoas ao mesmo tempo – seja assistindo um filme ou jogo na sala principal.
Aqui, procuramos atender os diversos acessos de circulação ao mesmo tempo que embutimos estas portas dentro de painéis de marcenarias, de modo a esconder do visual dos usuários, trazendo um objetivo mais exploratório ao espaço.
Os materiais trabalhados remetem a uma facilidade de execução juntamente a um aconchego mais “primordial”: Cimento queimado no piso e laje, estantes de chapa metálica e uma bancada de pedra escura, atendendo a funcionalidade do prazer da proprietária em cozinhar e reunir parentes e amigos.
A vista familiar!
Esse é um projeto super especial para nós. Foi um projeto desenvolvido em conjunto com nosso grande mentor: Luiz Fernando Rocco, um nome de peso da arquitetura paulistana, e grande amigo.
Este cliente já era amigo de longa data do Rocco, e nos trouxe o desafio: transformar uma cobertura em um ambiente familiar, acolhedor, onde todos os integrantes da família tivessem seu espaço e também fossem incentivados ao convívio e a construções de memórias familiares.
No segundo andar da cobertura, encontra-se a área social do apartamento. Uma cozinha mais íntima para receber amigos, a sala de tv e jantar, um escritório e churrasqueira, além de uma piscina para a diversão das crianças ( e adultos também!). A cozinha na parte superior também apóia a churrasqueira. Pratos sujos, utensílios e alimentos são guardados ali, para uso do churrasco! E é neste ambiente da churrasqueira que encontra-se a cobertura com aletas retrateis, controlando assim a incidência solar sobre os usuários.
Em ambos os pavimentos o ponto central do projeto é a vista. Tanto no andar familiar, quanto no andar social, a proposta incentiva e facilita o aproveitamento e observação dos diversos cenários paulistas, com suas diversas cores e vidas.
Arquitetura: Rocco + Plure
Construção: Esc Arquitetos
Luminotécnica: Foco LD
Paisagismo: Gil Fialho
Fotografia: Mayra Acayaba
A reforma entre amigos
O maior desafio para um arquiteto é, sem dúvida, projetar para si. Para lidar com esse problema e não impor as vontades pessoais às da esposa Guiga, o arquiteto Kanô Ferreira pediu a ajuda da amiga e arquiteta Helena Pedreira de Freitas no projeto de reforma de seu apartamento. Assim, a arquiteta poderia ajudar a organizar suas ideias, além de ser um ouvido mais atento e imparcial diante das preferências divergentes do casal.
A parceria, que se deu através dos escritórios Plure Arquitetura e MPA Pedreira de Freit as Arquitetos, rendeu um projeto incrível que pode ser resumido em uma palavra: dualidade! Claro que todo apartamento projetado para um casal tem em si duas naturezas distintas que se complementam, mas nesse caso, mais duas identidades surgiram para concretizar o diferencial. De um lado, a relação entre o arquiteto cliente e a arquiteta parceira e do outro a relação da arquiteta e a esposa. Assim, muitas ideias, muitos desenhos e muito resultado positivo para consolidar um lar despojado e convidativo.
Marcado por opostos, o apartamento parece não ter fim nem começo, como se as coisas se mesclassem numa harmonia totalmente planejada. O resultado incrível não é feito só de materiais, formas e texturas diferentes, mas de um processo de adição, no qual os elementos ora tendem à simetria e ora à assimetria. Entretanto, o todo harmônico se consolida em virtude do bom gosto e da qualidade do projeto realizado.
Integrar totalmente a área social e preservar a área íntima foi a grande sacada da reforma. O espaço principal torna-se ao mesmo tempo sala, cozinha, mesa de jantar, corredor, piso de madeira e de cerâmica, sendo óbvio por ser aberto e fluido, mas misterioso por esconder, através da marcenaria e de espelhos, as portas dos quartos. Além disso, o projeto focou em um ambiente amplo, mas intimista já que a grande bancada une as pessoas para jantar, e o conforto do sofá dá o aconchego necessário aos moradores.
Um dos pontos fortes da reforma é o abuso da marcenaria. Com design marcante, ela é responsável por unir os ambientes e dar unidade aos espaços. De um lado as ripas verticais criam um ritmo de ligação da sala de estar ao corredor, de forma a ampliar o pé-direito ao mesmo tempo que alongam a horizontalidade que invade a parte íntima. Já do lado oposto, um grande aparador, que por características diferentes, tais como acabamento, cor e textura, reforça o ar descolado e contribui para dar profundidade ao ambiente. Este móvel acompanhado de duas prateleiras na cor verde água percorre toda a extensão de uma parede desde a porta de entrada até a ampla janela.
Em meio à todos estes estímulos e elementos, a mesa de jantar funciona como extensão da cozinha e é o ponto central da área aberta. Marcada pela solidez do granito, a bancada é suavizada pelo amplo vão criado entre seus apoios. Esse contraste entre cheios e vazio, opaco e transparente, é repetido nos armários e apoios que compõem o ambiente gourmet. Além disso, nichos coloridos em oposição às portas dos armários em madeira, prateleiras de vidro em armação de ferro, pilares em concreto aparente rústico e azulejos brancos e brilhantes reforçam esse caráter “duo” do projeto.
A iluminação meticulosamente acompanha o refinamento do projeto. Difusa em sua maior parte, ela foge do óbvio e ressalta não só o design da marcenaria e do mobiliário, como marca os ambientes e seus usos. No estar torna-se aconchegante, já no grande balcão foca o jantar.
Texto: Mauricio del Nero
Fotografias: Maíra Acayaba
Por fim, vale destacar o desenho geométrico do azulejo no banheiro da suíte que se apropria de uma parede inteira e se repete apenas no nicho da parede contrária. O espelho acentua esse contraste tendo como fundo paredes em massa de concreto. O branco das portas, bancada da pia e marcenaria arrematam o design. Já no banheiro social o contraste é mais sóbrio e o destaque fica por conta da parede do box que com azulejos imitando tijolos emoldura a janela antiga do apartamento.
Uma reforma muito divertida, com ambientação em lofts nova-iorquinos, com muitas cores e elementos industriais.
A proposta deste apartamento surgiu do gosto da cliente pelos lofts Nova-iorquinos, desta forma, a reforma deveria trazer ao apartamento espaços abertos , integrando os ambientes da sala de estar, escritório e cozinha, arremetendo aos espaços amplos das casas “industriais”. Neste apartamento antigo de higienópolis, tentamos conservar os acabamentos que se encontravam em boas condições, como o piso de peroba rosa, hoje em extinção para este fim e em outros momentos algumas vedações foram propositalmente expostas, deixando aparente os tijolos, estruturas e a hidráulica, ambos castigadas pelo tempo.
Novos materiais como o cimento queimado foram empregados nas áreas molhadas, totalmente reformadas devido as antigas tubulações, trazendo novamente um toque rústico ao conjunto. Além de toda a questão estética o apartamento sofreu uma alteração as necessidades e aos costumes atuais e pessoais da nova moradora. Foram retirados o quarto de empregada que cedeu lugar ao banheiro da suíte, liberando espaço a um novo closet, o terceiro quarto para a criação do escritório e por fim a troca de uma mesa de jantar por um saco de pancada.
Projeto executado em parceria com Vinicius Mazzoni e Gustavo Bergmann
Fotografias: Daniel Ducci
Liberar Espaços
Para atender as necessidades dos futuros moradores, um casal com a pretensão de ter um filho, o projeto arquitetônico buscou liberar espaços, integrar a área social e reformular a área íntima. Assim, o apartamento cheio de recortes deveria ter como resultado final uma planta mais limpa e elementos decorativos que marcassem um contraste entre os ambientes.
A sala de jantar foi pensada como uma extensão da cozinha, através de elementos que permitissem a continuidade dos ambientes. Uma grande superfície de concreto invade e amplia os espaços da sala de jantar e cozinha, funcionando ora como mesa para refeições e ora como bancada para preparação de alimentos e suporte para o fogão. A partir deste conceito, outros móveis fazem a conexão dos ambientes e dão unidade aos espaços, tais a estante de livros e suporte para a TV, o sofá, a trama de ferro que pode ser utilizada como suporte para quadros, vasos e luminárias e o armário superior da cozinha que se projeta sobre a mesa de jantar.
Apesar do desejo de abrir espaços, o projeto é cuidadoso para que a comunicação entre os ambientes seja resguardada. Na área íntima a circulação foi redesenhada de forma a criar uma privacidade maior e o quarto de empregada foi transformado em closet proporcionando mais espaço para a suíte do casal.
O destaque do projeto também fica por conta do uso de diferentes cores, texturas e formas, que usadas pontualmente, dão contraste e reforçam a comunicação entre os ambientes.
Projeto executado em parceria com Vinicius Mazzoni e Gustavo Bergmann
Uma nova construção as margens da represa, que se abre e convida.
Projeto não executado
Projeto executado em parceria com Vinicius Mazzoni e Gustavo Bergmann
Imagens: Matheus Passos
Uma nova construção, onde a represa local é a principal atração.
Projeto não construído
Projeto executado em parceria com Vinicius Mazzoni e Gustavo Bergmann
Imagens: Matheus Passos
Integração entre pessoas e natureza
O lugar escolhido dentro da fazenda para a implantação do projeto da casa foi sugestão do proprietário, no mesmo lugar da casa existente feita por ele a quase 30 anos atrás, ou seja, um grande platô no alto do morro, com um belo visual em seus 360 graus deu partido ao projeto.
Dispondo os seis dormitórios no pavimento superior, distribuídos em círculo, foi possível que todas as visuais fossem contempladas, junto com um único terraço que faz a ligação externa entre eles. Ao mesmo tempo alguns vazios cruzados na volumetria foram criados permitindo que todos os usuários, democraticamente, tivessem a oportunidade de enxergar para fora em todas as direções, independentemente do quarto que estivessem instalados.
Esta característica da arquitetura contemporânea de ter esta forte ligação com o exterior foi também explorada nesta casa. A intenção foi de proteger os usuários em seus respectivos espaços, mas que estivessem sempre conectados de alguma forma entre elas e com a paisagem. Estas aberturas, vazios e até pé-direito duplo fazem da casa um cenário onde a convivência social se sobressai trazendo um dia-a-dia mais interativo entre seus frequentadores, deixando o lugar mais reservado de fato apenas o próprio quarto de dormir.
O volume horizontal inferior veio para distribuir seus espaços de forma linear ao longo do terreno para que mais uma vez os ambientes propiciassem um contato próximo com o exterior através de aberturas de frente e fundo deixando-os quase que cercados pelos jardins e visuais naturais. E claro, toda esta distribuição e posicionamento dos elementos foram pensados na otimização da iluminação e ventilação do conjunto de forma harmônica e consequentemente da arquitetura.
A organização inferior se deu de acordo com seus usos e facilidades, juntando áreas de maior interação, como por exemplo a piscina, churrasqueira e sala de jogos, que formam um pátio de lazer onde os eventos de descontração entre amigos e familiares podem acontecer sem excluir ninguém, pois tudo acontece junto, propiciando mais uma vez a interação social.
No fim desta área plana, dedicada a implantação da casa, o terreno volta a cair e nesta queda, que veio quase como um presente, foi possível locar mais três itens do programa, a garagem de carros, os depósitos e uma pequena capela, permitindo que o visual do térreo da casa continuasse livre de interferências.
A garagem quando enterrada também isolou os carros do dia-a-dia da casa e de certa forma faz com que as pessoas se esqueçam temporariamente desta máquina urbana e se sintam ainda mais influenciadas pela vida na fazenda.
Para a capela esta diferença de nível também tornou este espaço mais reservado e introspectivo. A ideia de chegar por cima dela deu a sensação de estar entrando num ambiente recluso, íntimo e protegido. O concreto aparente, como único material de fechamento, deixou o ambiente neutro e livre de interferência visual e que ajuda na concentração e reflexão, tendo apenas o contraste com a própria natureza que aparece dentro da capela através de rasgos horizontais colocados ao redor de todo o volume.
Projeto executado em parceria com Vinicius Mazzoni e Gustavo Bergmann
Recuperar a casa de 1930
Dentre as tantas intenções do projeto arquitetônico, destaca-se a “re-organização” da área social, pois a planta original era muito compartilhada e permitia um layout muito rígido, o que dificultava a ligação entre os ambientes. De uma sala de jantar que ocupava parte da área de estar e que era separada por um longo corredor da cozinha, o diferencial do projeto foi fazer deste ambiente uma extensão da sala de estar para criar um grande ambiente de convívio. O que antes era um espaço de área de serviço deu local a uma charmosa sala de jantar conectada diretamente à cozinha, propiciando assim, uma grande funcionalidade na casa que atende às necessidades de seus moradores.
Pelo terreno ser muito estreito, as janelas do térreo tiveram suas aberturas prolongadas até o térreo para melhorar a iluminação e ventilação natural. Esta ação permitiu uma maior conexão entre a parte interna e externa da casa.
A fachada da casa também foi pensada como elemento de contraste entre o novo e o velho, a partir de formas geométricas que conferem uma plasticidade alternando tijolo aparente e superfícies lisas brancas.
Projeto executado em parceria com Vinicius Mazzoni e Gustavo Bergmann
Projeto residencial de 700m² em 3 pavimentos.
Projetar uma casa para uma cadeirante é uma grande oportunidade para levar os conhecimentos arquitetônicos ao extremo e retirar de seus princípios e fundamentos o que de melhor ele pode oferece ao ser humano. Assim, o objetivo principal foi adaptar a casa ao uso da cadeira de rodas, e não ao contrário como acontece com um apartamento com medidas restritivas, onde o cadeirante tem que se adaptar aos espaços.
Para promover a interação e atender as diferentes necessidades da cadeirante, seu marido e os dois filhos, a casa tem duas medidas diferentes em alguns de seus mobiliários. Assim, a cozinha está inteiramente adaptada para que suas atividades sejam desenvolvidas tanto por uma pessoa sentada na cadeira de rodas quanto para uma pessoa em pé.
Em atendimento ao programa da casa e a circulação da cadeira de rodas, o projeto fixou um pavimento intermediário que concentra o maior número de ambientes. Esta iniciativa facilitou o atendimento às questões de acessibilidade, otimizou o movimento de terra e diminuiu os custos com taludes e muros de arrimo, minimizando assim o declive de sete metros existente no terreno.
No centro da casa foi previsto uma grande caixa de circulação que liga facilmente os ambientes entre si. Em vista de garantir um destaque para local, foram inseridos grandes caixilhos que garantem iluminação e permitem que um jardim interno cresça no local.
O resultado final do projeto reforça a independência da cadeirante, pois cria alternativas de uso dos ambientes de forma a facilitar suas atividades rotineiras. Assim, tanto o acesso pela garagem quanto por uma entrada lateral no nível térreo podem otimizar o tempo de suas tarefas.
Por: Mauricio Del Nero
Projeto executado em parceria com Vinicius Mazzoni e Gustavo Bergmann
Concurso público para requalificação do edifício da biblioteca de direito da USP, São Paulo
Projeto executado em parceria com Vinicius Mazzoni e Gustavo Bergmann